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Esta página visa divulgar os trabalhos da ONG REPARE (Rede Permanente de Assistência ao Recluso(a) e ao Egresso(a).
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sexta-feira, 27 de abril de 2012

INAUGURADO ALBERGUE FEMININO EM VÁRZEA GRANDE





A banda Casuluz (composta por apenados) animou a solenidade.


Interditada desde o mês de Dezembro do ano passado, a Casa da Albergada do Município foi inaugurada na manhã desta sexta-feira (27) numa solenidade que contou com a presença de diversas autoridades.

O antigo prédio que apresentava infiltrações, deficiência de água, problemas na instalação elétrica, ausência de chuveiros nos banheiros, além do telhado totalmente danificado, foi interditado a pedido do Ministério Público, após inspeção realizada em conjunto com o Juízo da Execução Penal e Defensoria Pública.

Segundo a vice-presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher, a Defensora Pública Tânia Regina de Matos, no antigo prédio funcionava o albergue masculino que foi fechado por ter sido considerado inadequado para o cumprimento de pena. “ Se já não servia para os homens, não deveria servir para as mulheres. O Secretário de Justiça de Direitos Humanos foi sábio em atender a reinvindicação dos órgãos da execução penal acolhendo a indicação do local sugerido.”

Destinado ao cumprimento de pena privativa de liberdade em regime semi aberto, o atual estabelecimento está localizado no final da avenida Filinto Muller, num hotel desativado, e acomodará todas as apenadas que estavam temporariamente se recolhendo em sua própria residência e as que a partir de agora forem beneficiadas com a progressão de regime.

Nenhuma albergada poderá reclamar das acomodações, pois, o recém inaugurado albergue conta com várias suítes, cujos banheiros estão devidamente aparelhados com vasos sanitários, chuveiros elétricos e boxes de blindex.

Estiveram presentes no evento: o Juiz e  o Promotor da execução penal de Várzea Grande: dr. Abel Balbino Guimarães e José Ricardo Costa Mattoso, o Secretário Justiça e Direitos Humanos: desembargador Paulo Lessa, a Defensora Pública Tânia Regina de Matos, a diretora da FUNAC e membro da REPARE, Rede Permanente de Assistência ao Recluso e ao Egresso: Neide Mendonça, a Diretora da Casa da Albergada: Gisele entre outras autoridades.


terça-feira, 24 de abril de 2012

Reeducação: Albergados recebem orientações sobre postura






A lei de execução penal prevê que a Casa do Albergado (local destino ao cumprimento de pena no regime semiaberto) deve conter aposentos para acomodar os presos e local adequado para cursos e palestras.

E com a intenção de reeducar os apenados, a REPARE, Rede Permanente de Assistência ao Recluso e ao Egresso, uma organização não governamental cujo objetivo é reintegrá-los, em parceria com a Defensoria Pública está promovendo desde o dia 11 de março palestras sobre diversos temas no albergue masculino de Várzea Grande.

No último sábado a dra. Sharlene Amiki, fisioterapeuta, proprietária de um estúdio de pilates e funcionária do Centro de Reabilitação Dom Aquino Correa, localizado no bairro Cristo Rei, foi até o albergue para orientar os apenados sobre a postura e a importância do alongamento antes, durante e depois do trabalho.

Segundo a fisioterapeuta 80% da população do mundo apresentará algum tipo de doença na coluna por falta de boa postura no trabalho, na escola ou quando dorme.

A prevenção é o melhor remédio para evitar problemas como bicos de papagaio, lordoses, escoliose e outras patologias.  A prática de alguma atividade física somada ao alongamento, além da forma como a pessoa se abaixa para pegar um objeto são cuidados simples e que fazem muita diferença ao longo da vida de uma pessoa.

Ao final da palestra alguns reeducandos foram avaliados pela fisioterapeuta, que os ensinou a alongarem e fazerem uma auto massagem.



terça-feira, 17 de abril de 2012

Albergados recebem palestra sobre hanseníase




Uma iniciativa da REPARE, Rede Permanente de Assistência ao Recluso e ao Egresso, uma organização não governamental cujo objetivo é reintegrar os apenados e da Defensoria Pública tem levado informações sobre diversos assuntos aos apenados que cumprem pena privativa de liberdade na Casa do Albergado em Várzea Grande.

No último final de semana a Farmacêutica-Bioquímica Camila Trentin Zandona falou sobre hanseníase. O Brasil é o segundo País no mundo em número de casos da doença, só perdendo para a Índia, provavelmente em razão da superpopulação e condições sanitárias precárias deste local.

Indagada se a superlotação dos presídios seria o motivo para que o Brasil fosse o segundo colocado em número de casos no mundo, Camila explicou que não. Entende que a realidade de Mato Grosso deva ser semelhante ao restante do País, pois, muitas unidades prisionais do Estado ainda não estão preparadas e com equipes treinadas para o diagnóstico da hanseníase.

Nos presídios a equipe de saúde responsável pelo diagnóstico é da Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos.

Em Várzea Grande, por exemplo, só há estabelecimento destinado à presos provisórios, portanto, estes custodiados devem ser levados à unidade de saúde mais próxima, ou seja, Centro de Saúde do Capão Grande. A tarefa de transportar os presos para fazer o exame é da direção da cadeia.

Se não houver transporte ou por questão de segurança a direção do estabelecimento precisa encontrar uma forma de levar uma equipe até o local para fazer os diagnósticos.

 Mato Grosso apresenta 2500 novos casos por ano, destes Várzea Grande conta com 250 novos casos no período. Números preocupantes já que boa parte da população não sabe como identificar a enfermidade.

Manchas esbranquiças ou avermelhadas, além da falta de sensibilidade na pele são os primeiros sintomas. Às vezes a pessoa pode não apresentar manchas, e sim dores nos nervos ou ainda leve dormência ou formigamento.

O risco de contaminação se dá através de espirro, tosse e pela fala, além do constante contato com o doente.

Um albergado que contraiu a doença enquanto estava no regime fechado só foi começar o tratamento quando conseguiu a progressão. Ao sair e procurar assistência médica, apresentou efeitos colaterais com o medicamento: além das dores nos nervos das mãos e dos pés, ficava muito fraco devido ao quadro de ânsia.

Assim, a Defensoria Pública fez o pedido de suspensão do cumprimento da pena até que o albergado se restabelecesse para voltar a pernoitar no albergue.

O perigo de contágio da hanseníase acaba no momento em que o portador começa o tratamento, por isso é importante que os estabelecimentos prisionais abram as portas para esse tipo de informação, além de diagnosticar a doença, evitando com isso novos casos.

É sempre bom alertar que os apenados recebem visitas e que estas podem disseminar a doença, já que são livres e estão em contato diário com outras pessoas.