A segunda reunião do grupo de monitoramento do sistema carcerário de
Mato Grosso foi realizada na tarde desta quinta-feira (23) no Tribunal de
Justiça do Estado. A instalação de grupos de monitoramento do sistema
carcerário em todos os Estados é apoiada pelo Conselho Nacional de Justiça
(CNJ) como forma de diagnosticar os problemas do sistema e propor soluções.
Tendo como subsídio os dados revelados nos mutirões carcerários, em relação às prisões
irregulares e às condições dos estabelecimentos penais, o CNJ constituiu tal
grupo através da portaria 513/2009.Na reunião foram apresentados os dados do
Departamento Penitenciário Nacional (Depen), as metas do Conselho Nacional de
Justiça e o andamento do Sistema Tecnológico Judicial Integrado (STJI).
Para o corregedor-geral da Justiça de Mato Grosso, desembargador Márcio
Vidal, existe, cada vez mais, a preocupação com o encarcerado,
por quanto tempo ele cumprirá a sua pena e também sobre como levará a
vida após o cárcere, objetivando diminuir a reincidência criminal e garantindo
novas oportunidades ao cidadão.
A Defensora Pública Tânia Regina de Matos, que atua na execução penal em
Várzea Grande, foi convidada a participar da reunião e representou a
instituição.
“Acho muito importante que esse grupo se reúna com frequência para encontrar
soluções aos problemas que dificultam o andamento dos processos executivos de
pena. Mato Grosso é um dos primeiros Estados
a formar esse grupo, portanto, o
Tribunal de Justiça do Estado está cumprindo com o seu papel', explicou a
defensora.
Juízes das comarcas de Sinop, Cáceres, Água Boa, Várzea Grande e Cuiabá
estiverem presentes fazendo um levantamento do que está sendo
feito e das necessidades primordiais de cada comarca, principalmente quanto
à humanização do sistema e ressocialização dos presos.
Em Sinop, um trabalho com ações essencialmente de humanização e com
estudos religiosos está sendo desenvolvido e gerando resultados positivos. Na
colônia de ressocialização apenas 10% dos presos voltaram a reincidir.
Dificuldades
Apesar de terem sido abertas quatro salas de aula, propiciando estudo a
110 detentos, o município de Cáceres não tem como garantir trabalho paraos beneficiados com progressão de regime. A região, que vive da pecuária,
turismo e pesca, já tem dificuldade em ofertar emprego para a população local,
o que torna ainda mais difícil abrir vagas para os egressos do sistema prisional.
Com a mudança para o regime mais brando os presos são encaminhados
para cidade de origem, onde podem ter contato com familiares e, às vezes, maior facilidade de trabalhar e garantir o próprio sustento.
Em Água Boa foi detectado que muitos presos sequer têm documentos como
certidão de nascimento ou carteira de identidade. Após a emissão da
documentação necessária, muitos detentos são encaminhados para a Fundação Nova
Chance, onde tem oportunidade de fazerem cursos e se qualificarem em várias
áreas.
Sociedade civil participa da humanização do sistema
Algumas pessoas ligadas ao sistema carcerário já vinham sentindo a necessidade
de dar mais assistência ao reeducando(a) para evitar a reincidência.
Pensando nisso, fundaram juntamente com a sociedade civil uma organização
não governamental para formar uma Rede Permanente de Amparo ao Recluso e ao
Egresso. Assim nasceu a REPARE, em 07 de julho de 2010, que tem trabalhado em
conjunto com a FUNAC (Fundação Nova Chance), Defensoria Pública,
Pastoral Carcerária e outras associações civis.
A REPARE tem como presidente o Defensor Público Marcos Rondon, que é coordenador
do Núcleo de Execução Penal (NEP). A Rede, entre outras ações, viabilizou um
convênio com o Tribunal Regional do Trabalho, 23ª Região. O convênio
possibilitou emprego para cinco reeducandas do regime fechado na sede do TRT.
As reeducandas vêm trabalhando desde novembro de 2011 na digitalização de
processos.
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Fonte: Assessoria de Imprensa | |
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Esta página visa divulgar os trabalhos da ONG REPARE (Rede Permanente de Assistência ao Recluso(a) e ao Egresso(a).
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domingo, 26 de fevereiro de 2012
Instituições buscam ressocializar detentos e humanizar sistema prisional
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